ATA DA SEPTUAGÉSIMA SEXTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 19-08-2015.
Aos dezenove dias do mês
de agosto do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Airto
Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo,
Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel,
Jussara Cony, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista,
Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol e Rodrigo Maroni. Constatada a
existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram Alberto Kopittke, Delegado Cleiton, Dinho do
Grêmio, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, João Bosco Vaz, Lourdes Sprenger,
Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Pablo Mendes Ribeiro, Séfora
Gomes Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foram
encaminhados: os Projetos de Lei do Legislativo nos 109 e 148/15
(Processos nos 1226 e 1648/15, respectivamente), de autoria de
Carlos Casartelli; e o Projeto de Lei do Legislativo nº 140/15 (Processo nº
1492/15), de autoria de Dinho do Grêmio. Do EXPEDIENTE, constaram os seguintes
Ofícios: nº 149/15, de Carlos Leonardo de Araújo Delgado, do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social; e nos 577, 605, 643 e 659/25, de
Marcos Alexandre Almeida, Coordenador de Filial da Gerência Executiva de
Governo da Caixa Econômica Federal. A seguir, foi apregoado Requerimento de
autoria de Idenir Cecchim, Líder da Bancada do PMDB, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde para Professor Garcia, nos dias dezessete a vinte e um de
agosto do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Jussara Cony,
Bernardino Vendruscolo, Reginaldo Pujol, Paulinho Motorista e Marcelo
Sgarbossa. Às quatorze horas e cinquenta e três minutos, constatada a
existência de quórum deliberativo, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi
rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 024/13 (Processo nº
1192/13), por quinze votos SIM e quatro ABSTENÇÕES, em votação nominal
solicitada por Nereu D'Avila e Reginaldo Pujol, tendo votado Sim Airto
Ferronato, Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio
Trogildo, Delegado Cleiton, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João
Carlos Nedel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Mônica Leal,
Paulo Brum e Prof. Alex Fraga e optado pela Abstenção Idenir Cecchim, João
Bosco Vaz, Pablo Mendes Ribeiro e Reginaldo Pujol. Em Votação, foi aprovado o
Requerimento nº 107/15 (Processo nº 1917/15), após ser encaminhado à votação
por Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Alberto Kopittke, Airto Ferronato,
Idenir Cecchim, Jussara Cony, João Bosco Vaz, Fernanda Melchionna e Sofia
Cavedon. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 009/13 (Processo nº 1301/13), após ser discutido
por Marcelo Sgarbossa, Mônica Leal e João Carlos Nedel. Após, foi apregoada a
Emenda nº 03, assinada por Delegado Cleiton e Nereu D'Avila, ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 009/13, e foi aprovado Requerimento de autoria
de Delegado Cleiton, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à
apreciação de Comissões Permanentes. Foram aprovadas as Emendas nos
01, 02 e 03 apostas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/13.
Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/13, por vinte
e três votos SIM, quatro votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à
votação por Sofia Cavedon, em votação nominal solicitada por Marcelo Sgarbossa,
tendo votado Sim Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro
Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol,
Séfora Gomes Mota e Tarciso Flecha Negra, votado Não Fernanda Melchionna,
Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa e Sofia Cavedon e optado pela Abstenção Prof.
Alex Fraga. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Idenir
Cecchim, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na
priorização da Ordem do Dia. Também, foi apregoado Requerimento de autoria de
Engº Comassetto (Processo nº 1808/15), solicitando representar externamente
este Legislativo, nos dias dezoito e dezenove de agosto do corrente, na Marcha
dos Vereadores, em Brasília – DF, com custeio de viagem. Em Discussão Geral, 2ª
Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/15 (Processo nº
0580/15), discutido por Marcelo Sgarbossa, Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon e
Jussara Cony. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de
Decreto Legislativo nos 006 e 007/15 (Processos nos 1922
e 1937/15, respectivamente). Durante a sessão, Airto Ferronato, Mônica Leal e
Nereu D'Avila manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezesseis horas e
quarenta e dois minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação
solicitada por João Bosco Vaz, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a sessão ordinária da próxima quinta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos por Jussara Cony, Mauro Pinheiro e Paulo Brum e
secretariados por Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir
Cecchim, na condição de Líder da Bancada do PMDB e nos termos do art. 218, § 6º
do Regimento, solicita Licença para Tratamento de Saúde para o Ver. Professor
Garcia no período de 17 a 21 de agosto de 2015.
A Ver.ª Jussara Cony está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu venho a esta tribuna como Líder do PCdoB, num momento decisivo
na vida deste País. Ontem à noite, eu fiz uma relação entre dois grandes
poetas: o Raimundo Fagner e o Charles Bukowski, porque eu vi uma postagem do
Raimundo Fagner que diz o seguinte: “No quintal por trás da casa, tem um pé de
sonho que não para de florar”. E eu estou lendo Hollywood, um dos livros do
Bukowski, que num determinado momento diz: “De algum modo, o mundo tinha ido
longe demais, e a bondade espontânea jamais poderia ser tão fácil. Era algo
pelo que teríamos de tornar a batalhar.” Tornar a batalhar pela bondade
espontânea. Aqui eu faço uma relação desse sonho sempre percorrido entre as
lutas coletivas do povo brasileiro e alegria de viver desse povo, na busca de
uma sociedade igualitária, justa, solidária e de paz, que me faz, inclusive,
refletir entremeando Fagner e Bukowski.
Amanhã é um grande dia, é um dia
das forças populares e democráticas estarem na rua em defesa da democracia. A
batalha de Bukowski é extremamente gigantesca, mas os sonhos de Fagner também
são gigantescos. E é nesse sentido que o meu partido, o Partido Comunista do
Brasil, na reunião do seu comitê central, coloca com muita clareza: nós estamos
num momento de defender a democracia, superar a crise, retomar o crescimento, e
não a nenhum golpe.
Aqui eu chamo a atenção de todas as forças
democráticas e patrióticas, inclusive aquelas que historicamente lutaram contra
a ditadura e pela redemocratização deste País, às forças patrióticas, amplas e
democráticas e não apenas forças de esquerda; a todas, porque corremos o risco
de a democracia reconquistada à custa de muita luta e muita vida ser
desboroada.
Há golpistas de plantão de novo no nosso País. E
tramam hoje a derrubada de uma Presidenta eleita e reeleita de forma legítima
no Estado Democrático de Direito. A economia brasileira se encontra – e todos
têm que ver – no meio de uma crise mundial capitalista está num período de
recessão. E setores de oposição, daquela oposição que prega o golpe aos gritos
de novas eleições. Haverá, sim, novas eleições, legítimas, constitucionais, em
2018. O que se prega é a conspiração, fora do Estado Democrático de Direito. O
cenário é de guerra política. Uma campanha de ódio e intolerância, que ameaça o
projeto nacional e rouba conquistas dos trabalhadores como emprego e poder aquisitivo
dos salários. Mas a tática da direita é a de conduzir o País à instabilidade, à
ingovernabilidade, de aprofundar a crise econômica para tentar, os tucanos, de
forma muito particular, se reconduzirem ao governo. Passou a se chocar isso com
o interesse de grupos financeiros e empresariais, que dão publicidade,
inclusive, à sua discordância em relação a essa conduta, porque é prejudicial
ao processo do desenvolvimento econômico do Brasil, onde há empresários que não
vão para o lado do rentismo e investem no desenvolvimento do nosso País. Há
ambição pelo poder a qualquer preço. Essa oposição retrógrada quer fazer do
País terra arrasada. Na Câmara, esse conluio conservador irresponsável lidera
uma aprovação de pautas bombas, elevando os gastos públicos, sabota medidas do
Governo Dilma, com essa visão de retomar o crescimento, de retomar as
conquistas dos trabalhadores e a produção. E essa oposição faz de tudo na
Câmara para prejudicar a economia brasileira.
Nós, do PCdoB, apoiamos e incentivamos a conduta da
Dilma, agora já, de persistir na construção de um pacto pela democracia, pela
normalidade política e pela garantia da estabilidade institucional. E este
pacto tem que avançar por esses movimentos, inclusive, dessa figura política,
que é a Presidenta Dilma, um pacto buscando um rearranjo da base política de
apoio no Congresso, separando o joio do trigo; pactuar compromisso com os
poderes em benefício do País, da economia e do interesse cada vez mais se
aproximar dos movimentos sociais para impulsionar a retomada do crescimento
para deixar para trás a agenda do ajuste fiscal, com uma agenda nítida e mais
positiva de uma nova arrancada para o desenvolvimento.
Finalizo, reiterando a posição contrária que nós,
do PCdoB, temos – e já dissemos para a nossa Presidenta – ao crescente aumento
da taxa básica de juros, que está na contramão do crescimento do Brasil, pois
eleva a dívida pública, anula o esforço fiscal e desloca o capital para a
aplicação financeira. O Governo também tomar a iniciativa de taxar grandes fortunas,
como um passo para uma reforma tributária progressiva.
Entendemos necessária e indispensável a luta contra
a corrupção e a impunidade, recompondo a base social também o nosso Governo.
Nós, setores de luta, esclarecermos o povo e chamarmos em defesa da democracia,
do desenvolvimento, da soberania e do mandato da Presidenta Dilma, no sentido
de que, para nós, democracia vale ouro para a vida dos povos, das nações e para
um mundo de paz. E o Brasil não retrocederá!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores; Ver. Reginaldo da Luz Pujol, a minha fala, hoje,
vai ser dirigida a Vossa Excelência. Nós nos conhecemos há tanto tempo e às
vezes eu fico pensando que o tempo não fez o que deveria fazer, que era nos
aproximar, no sentido de que um possa conhecer mais o outro. Nós estamos
trabalhando numa CPI, eu sou o proponente da CPI; por força do nosso Regimento
sou o Presidente da CPI que investiga a aplicação dos recursos públicos nos
festejos farroupilha, que é uma obrigação que está diretamente ligada à
Secretaria Municipal da Cultura, que tem o seu Secretário indicado por V. Exa.,
pelo seu partido; e o representante no Acampamento Farroupilha também é do seu
partido, indicado por V. Exa. – evidentemente que é o Presidente do partido
aqui no Município. Então, talvez aí esteja, paire a nossa dificuldade, se é que
ela existe, porque, da minha parte, Ver. Reginaldo Pujol, eu tenho feito um
esforço para colaborar com o grupo de modo geral, inclusive com V. Exa., mas em
todas as reuniões V. Exa. insiste com uma crítica a este colega que preside a
CPI.
Hoje, de novo, V. Exa., no término da CPI, fez um
pronunciamento dizendo que este Vereador, este Presidente, fazia uma confusão
entre presidir e acusar. Pois, Vereador, por força do Regimento, não tem como
separar as coisas; o que eu tenho que fazer é, minimamente, respeitar os
colegas e os que comparecem aqui nesta Casa para depor. É isso que eu tenho que
fazer. Então eu vou lhe pedir, encarecidamente – estou aberto a sugestões –,
que o senhor, por favor, me permita não presenciar mais esse desconforto,
porque eu não tenho feito nada além do que é minha obrigação como Presidente da
CPI. E, se estou Presidente, é porque por força do próprio Regimento, fui eu o
proponente da CPI. E nós estamos aqui fazendo um trabalho árduo. Trabalhar em
uma CPI é muito árduo, é doloroso, porque nós trilhamos um caminho em que,
muitas vezes, podemos, sim, fazer injustiça com aqueles que efetivamente não
cometeram alguma irregularidade, é verdade. Por isso a colaboração entre os
colegas, para que não possamos incorrer neste erro é fundamental – é
fundamental!
Na reunião passada, V. Exa. questionou que ninguém
tinha pedido os documentos aqui. Quantas vezes eu vim a esta tribuna solicitar
essa prestação de contas de forma que nos facilitasse minimamente as condições
de fiscalização, que é uma obrigação desta Casa. Quantas vezes fiz por escrito?
Então, o assunto é muito conhecido aqui pelos Vereadores e até pela própria
Cidade em relação à dificuldade na prestação de contas do Acampamento
Farroupilha. Aqui foi dito hoje que práticas muito idênticas existem em outros
eventos, e nós não questionamos, só que no momento estamos tratando da CPI dos
festejos farroupilhas. Se algum outro Vereador ou algum outro grupo de
Parlamentar entender que deve, lá na frente, enfrentar outra CPI para tratar de
outro evento, com a necessidade devidamente comprovada, é outro departamento.
Então, eu vou lhe pedir encarecidamente que tenha em mim um parceiro, mas com a
obrigação de fazer um trabalho transparente e correspondendo, minimamente, com
a nossa obrigação, que é a de fiscalizar a aplicação dos recursos públicos.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Eu vim a esta tribuna não exatamente para contestar
a manifestação do Vereador que me antecedeu na tribuna, o Ver. Vendruscolo, mas
porque ele dedicou a mim o seu pronunciamento, o que, obviamente, me leva à
necessária colocação da minha posição dentro desse contexto por ele aqui anunciado.
Eu tenho muito orgulho de presidir o meu partido, e
meu partido foi convidado, pelo Prefeito Fortunati, a compor a sua
Administração, indicando nomes para ocupar a Secretaria de Cultura do
Município. O nome que nós entendemos por indicar foi o de Roque Jacoby, um
homem amplamente conhecido na área cultural, ex-Secretário de Estado de
Assuntos da Cultura no Governo do qual o meu Partido não participava, que era o
Governo do PSDB. Diante disso, Sr. Presidente, não tenho nada a esconder nesse
particular. Nós indicamos o nome do Roque e o indicaríamos outras tantas vezes
porque achamos que ele tem condições de ser um bom secretário e está sendo. De
outro lado, o seu coordenador de folclore e tradição era meu funcionário aqui
na Casa, todos conhecem, trabalhou no meu gabinete por longo tempo, é vinculado
ao tradicionalismo e, por essa razão, foi sugerido ao Roque e está sendo um
excelente colaborador na Secretaria da Cultura.
Quanto à CPI, Sr. Presidente, quero renovar, quero
que o Ver. Vendruscolo entenda claramente o que estou dizendo. Eu venho
criticando fortemente o que está escrito no nosso Regimento, que gera,
necessariamente, uma situação de conflito: ao estabelecer que o primeiro
signatário de requerimento de constituição de CPI seja automaticamente seu
presidente, ele cria essa situação de conflito, que não ocorre somente nesta
CPI que é presidida, por força do Regimento, pelo Ver. Vendruscolo. Todas as
Comissões que assim acontecem fazem do principal acusador, que é aquele que
assina em primeiro momento o requerimento da constituição da CPI, o seu
presidente, o que gera, indiscutivelmente, uma situação de conflito, no meu
modesto entendimento. Quero que o Ver. Vendruscolo saiba que não tem nada de
pessoal com relação a ele, sabe mais ele, nem era necessário que dissesse da
tribuna, que, por circunstância, o nosso relacionamento antecede a nossa
convivência na Casa do Povo de Porto Alegre.
Quanto à forma com que ele vem
conduzindo os trabalhos, com todo o respeito, acho que ele tem tido muita dificuldade
em conciliar essa condição de principal acusador com a condição de presidente.
É um fato que eu entendo, e, se ele olhar, haverá de observar que tenho
colaborado muito na sua atuação, inclusive, muitas vezes, voltando atrás em
algumas posições, outras tantas reconhecendo algum excesso de nossa parte,
coisa que é natural nesta circunstância. Quero que continue a CPI. Entendo,
Presidente, que, dos sete itens relacionados com a CPI, somente dois ou três,
no máximo, justificariam a sua aprovação, não há fundamentos na maioria dos
itens ali arrolados. Mas a Presidência da Casa entendeu de constituir a CPI, e
o que nós temos que fazer é confrontar esses fatos com os vários
pronunciamentos que aqui ocorrem.
Eu sempre disse, agora repito, se
daria esse trabalho, Ver. Nereu, com muito mais consequências nas Salas das
Comissões do que neste local, onde eu tenho ouvido - agora é uma afirmação
minha - muito mais discurso, posicionamento, do que tentativa de fazer uma
séria investigação a respeito dos objetivos da CPI, que é de constatar se os
fatos ali arrolados como irregularidades foram ou não foram. E, se foram,
responsabilizar os autores desses atos infracionais, encaminhando-os ao
Ministério Público, ao Tribunal de Contas, enfim, para quem cabe conhecer o assunto.
Aliás, nada está acontecendo na CPI que antes de nós o Ministério Público já
não tivesse conhecimento e já não tivesse tomado excelentes providências. Era
isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO
MOTORISTA: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; demais Vereadores e
Vereadoras, pessoal que nos assiste nas galerias, pessoal da nossa Casa,
pessoal que está nos assistindo pela TVCâmara. Eu estava agora falando com o
Ver. Dinho. Como já dei parabéns para o Ver. Tarciso Flecha, quero dar parabéns
para ti, Dinho – assisti ao seu programa ontem –, com todos os títulos que
obteve, por sua vida profissional; esteve sempre aí com a gente, um camarada
sempre humilde, simples – eu gosto de pessoas assim. Mais uma vez, eu te dou
parabéns, Dinho, por ser essa pessoa, esse homem que você é. Assistimos, todos
os dias, em casa, a notícias sobre a Lava Jato – também através da nossa
TVCâmara –, as programações são somente sobre essa corrupção. Estava vendo um
programa, ainda ontem, sobre um camarada que, além de já estar respondendo
processo por sua prisão, está com mais dois processos. Parece uma coisa normal
para ele, mas é triste para nossa população que nos elegeu, que confia em nós.
Independentemente de qual partido seja, não falo e não acuso nenhum partido,
porque quem deve tem que pagar. Seja do meu, do teu ou de outro partido, não
falo em partido, nem em time de futebol, nem em religião – o camarada corrupto
tem que pagar. Enquanto que a população está correndo atrás de saúde, educação,
Ver. Cecchim, segurança, e não tem dinheiro para nada, o camarada está sendo
preso hoje, mas já está sendo processado por outras situações passadas. Parece
que tudo é normal – não é, Cecchim? –, enquanto que a população que elegeu os
parlamentares sofre com essa situação. Não podemos generalizar dizendo que
todos os Parlamentares são corruptos, porque somos Parlamentares e há bons
Parlamentares. Há Parlamentares que lutam pelo povo, não podemos generalizar
porque em toda profissão tem aquele que presta e aquele que não presta, mas a
população não pode continuar pagando por isso.
Nós aqui, os 36 Vereadores, temos o orgulho de
lutar em prol da nossa população, das nossas comunidades e vamos fazer, sim, a
nossa parte. Mas ficamos tristes porque todos os dias assistimos a situações
diferentes, e, para eles, é tudo normal: o camarada aparece em frente às
câmeras dando risada, dando tchauzinho, como se tudo tivesse tranquilo – não é,
Alex? O camarada não coloca a mão na consciência, não sei como consegue dormir
à noite vendo a situação pela qual a população está passando: as pessoas
morrendo nas emergências; sendo assaltadas durante o dia, porque estamos, cada
vez mais, com menos efetivos na segurança. Então, tudo isso é muito triste para
nós que trabalhamos, graças a Deus, na honestidade, corremos atrás, procuramos
fazer um pouco, mas nem por isso vamos deixar de fazer esse pouco, nem por isso
vamos virar as costas. Vamos continuar lutando e esperamos que esses camaradas
sejam punidos de um jeito ou de outro, que não fiquem impunes. Ora, “vou
devolver dinheiro para diminuir a minha pena”, onde já se viu isso?! Que lei é
essa onde o camarada devolve um pouco do dinheiro para diminuir a pena?! Para
pagar menos?!
Quero falar, cada vez mais, que temos que estar
sempre unidos, juntos, em prol da nossa população, da sociedade. Não estamos em
época de campanha, estou falando transparentemente, graças a Deus, e sei que os
Vereadores me acompanham nessa situação; falo em meu nome...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. PAULINHO
MOTORISTA: ...Esta semana,
vou fazer um programa com a TVCâmara numa comunidade, e agradeço à TVCâmara
sempre o espaço. Estou deixando um abraço a todos em meu nome e em nome do Ver.
Airto Ferronato, Líder do meu partido, e, com certeza, pessoal, trabalharemos
cada vez mais, pensando em cada um fazer um pouco, porque quem nos elegeu
precisa de nós, precisa do nosso apoio, e jamais vamos virar as costas. Somos
homens e mulheres de verdade no Parlamento, e cada vez trabalharemos mais para
dar um pouco de alegria a este povo tão sofrido, que a cada dia abre um jornal,
liga a TV e só vê corrupção, só vê sujeira! Um abraço a todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Marcelo Sgarbossa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Uma boa tarde a todos e a todas. Desde a semana passada, vivemos uma
efervescência na política, seja local, estadual ou nacional. Não é tão comum
assim um período tão intenso para o bem e para o mal. E vou começar aqui na
ordem cronológica, inclusive em respeito às pessoas presentes, falando dessa
posição do Governo do Estado – equivocada na nossa opinião – da venda, ou podem
chamar como quiserem, da Fundação Zoobotânica; a privatização, a venda, enfim, o
nome que se desejar dar. E não é apenas essa atitude, junto nesse pacote,
infelizmente, estão colocados o Jardim Zoológico de Sapucaia, o Parque Itapuã,
a extinção da Fundergs, à qual, anteontem, tivemos uma manifestação contrária
no próprio CETE – Centro
Estadual de Treinamento Esportivo. Então, vejam, colocando em números, se é que
precisamos sanear as contas do Estado, a privatização, venda, ou como se quiser
chamar essa posição do Governo Sartori, do PMDB, não resulta em nada, não
apresenta uma economia real, efetiva, para o Estado. Ao que parece, o
Governador quer ter um discurso de que saneou contas, inclusive colocando à
venda patrimônio público, privatização ou extinção de uma instituição como a
Fundergs, como a Zoobotânica, tão importantes. Porque não se calcula em número
isso, quantas pessoas são beneficiadas, quantas pessoas participam, quantos
jovens puderam conhecer a Fundação Zoobotânica, seja por lazer, seja por
aprendizado; o esporte, através da Fundergs. Então, isso não se quantifica, não
é um número de que possamos dizer quantos jovens utilizaram essas instituições
para ter um bom encaminhamento na vida.
No final de semana que passou, tivemos a 6ª Conferência Municipal de
Políticas para as Mulheres. Dois dias, aqui nesta Câmara, em que as mulheres
discutiram fortemente, aprovaram moções, uma delas relativa à criação de um
fundo municipal para os direitos da mulher. Não adianta falarmos em políticas e
prioridades se não tivermos recursos. Um fundo municipal gerenciado, com
participação popular, nos parece ser uma grande forma, uma forma correta de dar
autonomia e empoderamento social voltado às políticas pelas mulheres.
Tivemos, não posso deixar passar, no domingo, manifestações aqui em
Porto Alegre e em alguns outros lugares do País, e, conforme posição do Governo
Federal, aqui ressaltamos, são bem-vindas manifestações. As pessoas têm que se
movimentar, têm que reivindicar ou colocar suas opiniões. Aliás, sempre que
houve manifestações contrárias ao Governo Federal também ocorreram
manifestações favoráveis na luta por direitos.
Teremos uma manifestação amanhã, dia 20, manifestação ampla, convocada
pela sociedade e movimentos sociais, e que nós convidamos a todos os que
quiserem participar, amanhã à tarde, às 13h30min, na Igreja da Pompeia, e,
durante a tarde, manifestações, culminando às 18h, com manifestações no Centro
da Cidade.
No final de semana, teremos uma aula pública sobre direito à cidade, com
Eduardo Suplicy, estará ali no Monumento ao Expedicionário, uma aula pública,
aberta, para quem quiser participar, falar, debater, sobre os direitos que temos
em uma Cidade mais humanizada.
E não tenho como
deixar de colocar, aí sim, a data de ontem, um dia histórico, em que os
servidores públicos estaduais unificados - isso por si só já é um momento que
há de se ressaltar -, juntos, do Estado inteiro, vieram a Porto Alegre, fizeram
manifestações também no Interior do Estado, mas aqui se concentraram na
Capital, dando um recado muito forte de que paralisarão as atividades se
continuar essa postura do Governo do Estado. Esse Governo adotou como política
se lamentar da falta de recursos - isso que é o pior -, porque o Estado em
crise, do ponto de vista financeiro e econômico, já está há muito tempo,
fala-se no mínimo de 30 ou 40 anos. Mas o que salta aos olhos de forma negativa
é o fato de este Governo ter feito, inclusive, as chamadas Caravanas da
Transparência, para ir ao Interior do Estado dizer o quanto o Estado está mal.
Vejam, adotar como política o discurso dos limites, justamente o contrário do
que vez o Governo Tarso Genro, que orientou seus secretários a não se queixarem
da crise; ao contrário, em vez de perderem energia ao se lamentar, foi atrás de
recursos. Então o Estado há 4, 5, 10, 20 anos vive momentos de impasse, precisa
tomar decisões, mas adotar como política, como dispêndio de energia de um Governo
frisar que está em crise parece-me equivocado, e justamente tem-se que buscar
soluções. A data de ontem, o manifesto unificado dos servidores públicos
estaduais mostra que o descontentamento é não só dos servidores como da
população.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 14h53min): Havendo
quórum, passamos à
PROC.
Nº 1192/13 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 024/13, de autoria do Ver. Alberto Kopittke,
que institui o Código de Ética Municipal. Com
Emendas nos 03, 04, 06 e 07.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice
de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01; Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação da Emenda nº 02;
-
da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Delegado Cleiton: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 02;
-
da CEDECONDH. Relatora Verª Fernanda Melchionna: pela aprovação do
Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,
§ 1º, I, da LOM;
- emendas nos 01, 02 e 05
retiradas de tramitação;
- incluído na Ordem do Dia em 26-11-14;
- emendas nos
03, 04, 06 e 07 aprovadas em 17-08-15;
- votação do projeto nula
por falta de quórum em 17-08-15.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol e pelo Ver. Nereu D’Avila, o PLCL nº 024/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 15 votos SIM e 04 ABSTENÇÕES.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 107/15 – (Proc. nº 1917/15 – Ver. Prof. Alex Fraga e outros) – requer Moção de Apoio à Fundação
Zoobotânica do Rio Grande do Sul, à Fundação de Esporte e Lazer e à Fundação
Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde pelas suas manutenções como
instituições públicas, enquanto prestadoras de relevantes serviços à sociedade
gaúcha.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento nº 107/15. (Pausa.)
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, registro para que conste na ata de hoje. Este nosso
Requerimento é de autoria minha, do Ver. Prof.
Alex, da Ver.ª Fernanda e do Ver. João Bosco Vaz. Nós fizemos um acordo, na
semana passada, retiramos de tramitação as nossas propostas e inserimos uma
proposta de nós quatro e de todos os demais Vereadores que assinaram conosco o
Requerimento.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o registro.
O Ver. Prof. Alex
Fraga está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 107/15, como
autor.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Boa tarde a todos. Eu serei breve nas palavras. Destacamos,
segunda-feira, a importância da Fundação Zoobotânica e de todos os serviços
prestados, que não podem se substituídos por outra instituição – a Fepam e a
Secretaria do Meio Ambiente não têm como desempenhar as funções que a Fundação
Zoobotânica, atualmente, presta.
Eu gostaria de usar este tempo de tribuna para
agradecer a participação, na segunda-feira, do Ver. João Bosco Vaz, que ajudou
a construir consenso para viabilizar a aprovação dessa proposta. O Ver. João
Bosco Vaz muito bem destacou, também, a importância da Fundergs. Baseado
justamente no que ele trouxe à discussão no plenário na segunda-feira, eu, o
Ver. Airto Ferronato e a Ver.ª Fernanda resolvemos retirar as nossas propostas
e construir uma proposta coletiva. Ressalto também o papel importante que a
Ver.ª Mônica Leal desempenhou, justamente para dar uma redação que pudesse
expressar a opinião conjunta desta Casa Legislativa. Destaco e agradeço muito o
papel, Ver. João Bosco Vaz e Ver.ª Mônica Leal. Muito obrigado! Espero que essa
proposta seja aprovada por unanimidade, manifestando a posição da Câmara de Vereadores
de Porto Alegre que é contrária, justamente, ao fechamento, privatização ou
extinção dessas três fundações que têm valor inestimável à nossa Cidade e ao
nosso Estado. Boa tarde! Espero que tenhamos unanimidade aqui.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. MÔNICA
LEAL: Presidente, eu quero agradecer ao Ver. Alex Fraga que foi sensível ao
pedido de transformar a Moção de Repúdio em Moção de Solidariedade à
preservação da Fundação Zoobotânica. Dessa forma, estamos com ele.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 107/15.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, por coincidência, momentaneamente, estou na liderança do Governo
até o retorno, que será breve, felizmente, do Ver. Kevin Krieger. Quero
secundar a manifestação da Ver.ª Mônica Leal que cumprimentou os originários
proponentes da Moção de Repúdio que era suscitada na última segunda-feira e que
foram extremamente sensíveis em admitir a formação de um conjunto de opiniões
que convergiam no mesmo sentido. Isso é, apoiar a Fundação Zoobotânica, seus
servidores, enaltecer a relevância de seus trabalhos e pleitear um destino
diferente daquele que está sendo anunciado para a Fundação. Aliás, observo aqui
que vários Vereadores assinaram juntamente com o Ver. Prof. Alex, a Ver.ª
Fernanda Melchionna, o Ver. Airto Ferronato, o Ver. Kevin Krieger, o Ver. Mario
Manfro, Ver.ª Mônica Leal, enfim, inúmeros Vereadores cujas assinaturas eu não
consigo identificar claramente de quem sejam, todos se somando favoravelmente.
Então eu quero que a Casa dê essa demonstração de absoluta isenção diante de um
ato que se pronuncia inadequado, independente de posição político-partidária,
verificando que o destino estabelecido para a Fundação Zoobotânica não era
positivo para o Estado, fato esse que a própria Secretária Estadual do Meio
Ambiente, Ana Pellini, reconheceu na tarde de ontem, de forma muito expressa,
se solidarizando e dizendo que tem que se dar um caminho diferente do que hoje
está ocorrendo. Pleiteando, inclusive, a revisão do projeto, na Assembleia, ou
a sua retirada, o que seria mais desejado para a construção de outra saída que
não essa.
Então,
cumprimento todos, o Ver. Airto Ferronato, muito especialmente - com quem tive
o prazer de ser o Vice-Líder, quando ele liderava o Governo -, que sempre foi
um grande construtor de caminho e de composição e que mais uma vez está
contribuindo para isso. Cumprimento o Alex, a Fernanda; tivemos um pequeno
recuo para termos uma grande vitória. E a grande vitória será, agora, nós, por
unanimidade, aprovarmos essa Moção. Meus parabéns a vocês.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 107/15.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas; Presidente Mauro Pinheiro, eu peço licença, antes de
entrar no tema, para agradecer o apoio dos colegas na votação anterior. Foi
muito importante contar com o apoio da imensa maioria e nenhum voto contrário.
Eu faço questão de transmitir o meu agradecimento. Ainda não houve a
possibilidade de aprovar, mas foi muito importante o apoio de todos aqui, pela
proposta que discutimos anteriormente.
Entrando no nosso assunto, da
Fundação Zoobotânica, mais uma vez trago o nosso apoio, meu e da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, a essa Moção de Apoio. Mas eu acho que maior moção
de apoio vocês tiveram ontem, quando 50 mil servidores públicos, mais de 43
entidades, pela primeira vez, foram às ruas, unificados, não só por salário,
mas também sobre uma determinada proposta de governo, baseada na redução do
Estado, baseada na privatização, no fechamento. Eu acho que, talvez como nunca
antes, na história deste Estado, se viram todas as categorias unidas. Eu estive
lá desde a primeira hora, desde a assembleia do CPERS, uma das maiores dos
últimos anos. Novamente, o atual Governo repete, na verdade, o seu próprio
programa. Não podemos questionar – e aqui estou fazendo um debate político e
respeitoso – a falta de coerência do PMDB. Porque, todas as vezes que ele
esteve no Governo, foi entrando em confronto com os servidores e apresentado um
projeto de venda do Rio Grande do Sul. Então, mantém essa coerência, apesar de
o Governador Sartori não se manifestar mais uma vez. Mas está claro um projeto:
em oito meses de Governo, o Governador conseguiu ter proibida a possibilidade
de pedir novos empréstimos, o que tinha sido retomado no Governo anterior com o
projeto de renegociação da dívida. O Governador Sartori teve essa autorização
proibida. Havia uma abertura no espaço fiscal do Rio Grande do Sul com o
projeto votado no ano passado e que acabou de ser votado este ano no Senado,
mas o Governador teve proibido qualquer tipo de empréstimo por causa da sua
postura de falta de diálogo com a União e com os demais Poderes.
Logo em seguida, houve uma manifestação estrondosa
nas ruas da cidade de Porto Alegre. Eu não me lembro, mas acho que, desde as
Diretas Já, Porto Alegre não via uma manifestação como a que viu ontem, Ver.
Delegado Cleiton, que lá estava com a categoria dos policiais civis. Eu ouvi o
servidor público dizendo duas frases. Primeira: o Rio Grande não está à venda.
Não tentem fechar deslegitimar, criar o caos para vender o Banrisul, a CEEE e a
Corsan. E a segunda frase que eu mais ouvi lá é a que o Rio Grande do Sul é
feito pelos servidores públicos. Não são os políticos que fazem o Rio Grande,
nós passamos. O governo A, B, C ,D, nós passamos quatro anos, e que bom que é
assim, que bom que temos a democracia. O que fica é o patrimônio público, o
funcionalismo público, vocês são a verdadeira riqueza do Estado. E, no caso da
Fundação Zoobotânica, vocês são a defesa do patrimônio natural do Rio Grande do
Sul. Não é à toa que se quer começar a extinguir pela Fundação Zoobotânica e
pelo esporte: pelo esporte porque, no projeto neoliberal, não precisa ter
alternativa de esporte para a juventude da periferia, o que se quer é que eles
sejam a mão de obra mais barata possível, ou então, se reduz a maioridade penal
para botar logo no presídio. Isso é acabar com a Fundação Zoobotânica, porque
tudo o que defende a natureza atrapalha os negócios, dificulta. Eu sei que a
Fepam é o objetivo maior, mas vocês também são uma voz na defesa do patrimônio
natural do nosso Estado. Por isso, os meus cumprimentos a essa Moção, à
mobilização de vocês, da sociedade de Porto Alegre e aos mais de 50 mil
servidores que foram às ruas ontem dizer, bem alto e claro, para o Governador
Sartori que o Rio Grande não está à venda. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 107/15.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras,
senhoras e senhores; nós, mais uma vez, estamos discutindo essa matéria e vamos
votar hoje a Moção de Apoio à preservação, enquanto Poder Público, da Fundação
Zoobotânica, da Fundação de Esporte e Lazer e da Fundação Estadual de Produção
e Pesquisa em Saúde.
Repetindo o que já se falou e o que eu falei na
segunda-feira, temos aí a Fundação que trabalha o meio ambiente, a Fundação que
trata de esportes e a Fundação que trabalha e trata da saúde. Portanto, três
Fundações cuja importância compreendemos. Acreditamos que o poder privado
jamais teria a possibilidade e a isenção de prestar o serviço que prestamos
enquanto ente público. E é por isso que estamos aqui, e aqui apresentei,
inicialmente, sempre, desde o início, uma proposta de apoio à preservação das
Fundações enquanto públicas, inclusive pelos relevantes serviços que prestam à
sociedade. Portanto eu acredito que nós, com três iniciativas diferentes – da
Bancada do PSOL, da Bancada do PSB, minha, enquanto Líder da Bancada; e a do
Ver. Bosco, que falou desde o início na questão do esporte –, com a assinatura
de um grande número de Vereadores desta Casa, vamos aprovar esse projeto, que é
um caminho importante.
Primeiro, estava ouvindo – já sabia, já li, já ouvi
– a nossa Secretária e amiga Ana Pellini dizendo que o Governo voltaria atrás,
ou, no mínimo, estaria pensando em voltar atrás e retirar a Fundação
Zoobotânica. Vamos esperar que, daqui a pouco, logo mais, o Governo, enquanto
conjunto de Governo, anuncie também, concretamente, a retirada da Zoobotânica,
da FEPPS e da nossa Fundação de Esporte e Lazer. Com isso, ganha o Estado do
Rio Grande do Sul. Um abraço a todos e obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 107/15.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; Ver. Villela, se
nós ficarmos aqui votando moções de apoio às empresas que estão sendo
privatizadas, nós vamos ficar muito tempo, e falo não só das do Rio Grande.
O Ver. Alberto Kopittke disse aqui que o Rio Grande
não está à venda, mas ontem anunciaram e hoje já está à venda a Petrobras
Distribuidora. O PT vende a Petrobras, que é a coisa mais sagrada do Brasil.
Primeiro, roubaram e, agora, estão vendendo o que sobrou, estão privatizando.
Com que coragem eles vêm aqui na tribuna falar de alguma coisa do Rio Grande?
Eu não sei. É muito valente o Ver. Alberto Kopittke, tenho que reconhecer.
Porque, olha... Quem está privatizando a Petrobras, que, desde Monteiro Lobato,
com “o petróleo é nosso”... Eles já privatizaram muito! O Pré-Sal, que diziam
“é o nosso Pré-Sal”. Cadê? Não existe mais! Primeiro, tiraram a Petrobras,
roubaram a Petrobras e, agora, estão privatizando.
O pai do Ver. Professor Alex trabalhou na Petrobras
Distribuidora por 30 anos, por exemplo, ele estava me dizendo. Trabalhou. E
estão privatizando para o capital estrangeiro! Eu não sei o que o PT resolveu
nas suas conferências, como eles chamam, as suas tendências. Agora, tem que ter
uma coisa: eu defendo a privatização até da Petrobras Distribuidora, se for
preciso, eu defendo aqui, mas tem que ser coerente. Com que coragem a Bancada
do PT vem aqui pedir para não privatizar alguma coisa, se eles estão
privatizando a Petrobras?! Se já venderam a carteira da Caixa Econômica
Federal, se já venderam ações do Banco do Brasil...
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Eu nem estou falando nisso, Ver. João Bosco. As estradas, então, que
eram um sacrilégio, eles estão vendendo tudo. Os aeroportos, tudo! Eu volto a
dizer: se não está funcionando, tem que privatizar. Agora, quem não pode falar
aqui desta tribuna é a Bancada do PT sob pena nem de serem vaiados, eu acho que
chega até as raias da humilhação ter que defender uma coisa dessas, quando o
seu Governo Federal faz tudo ao contrário. Eu acho que, se as coisas não
funcionam, tem que privatizar. Agora, o PT privatiza tudo o que é do Brasil,
mas, quando não interessa para eles, aí não. O Governador Tarso Genro,
provavelmente, nunca disse que queria privatizar a CEEE, mas os recursos que o
Presidente da CEEE da época, Viera da Cunha, colocou na Justiça para cobrar do
Governo Federal, o Tarso gastou todos. Colocou no caixa único e gastou. Ele
privatizou um pedaço da CEEE por conta dele, porque o dinheiro sumiu no ralo.
Então, é muito fácil vir aqui fazer um discurso e agir diferente. É isso que eu
queria denunciar aqui: a coerência, tem que ter coerência. Eu vou continuar com
a minha coerência. Acho que, se tiver uma fundação, empresa, seja o nome que
for, qualquer uma que dê resultado, eu volto a afirmar, eu disse ontem, se
tiver resultado, se os funcionários estiveram trabalhando e tiver resultado,
não se fecha nada. Agora, se só dá prejuízo, se só tem greve, se só não se trabalha,
se só se aparece uma vez por semana, tem que privatizar ou fechar. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 107/15.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, servidores da
Zoobotânica que estão presentes, eu quero dizer que eles estão aqui hoje em
menor número exatamente porque trabalham, porque cumprem horário. Eu sou
funcionária pública há 32 anos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e
eu não admito que venham a esta tribuna dizer que servidor público não
trabalha, seja ele federal, estadual, ou municipal. Os servidores públicos são
estratégicos, trabalham e garantem as políticas públicas lá na ponta. E mesmo
com aquela gestão que não compromisso com a política pública, os servidores
continuam garantindo. Então, essa é a primeira questão que eu quero colocar
aqui.
Eu entendo que essa
unidade em torno dessa Moção de Apoio é uma decisão política importante desta
Casa, no sentido de que haja a continuidade de três fundações que são
estratégicas para o nosso desenvolvimento: a Fundação Zoobotânica, a Fundação
Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde – FEPPS, e a Fundação de Esporte e
Lazer do Rio Grande do Sul – Fundergs. Elas não surgiram por acaso, elas
surgiram por meio de um processo histórico da necessidade de fundações,
exatamente para garantir questões fundamentais para um projeto de
desenvolvimento do nosso Estado.
É importante que se
diga aqui também das transversalidades para um projeto de desenvolvimento que
nós queremos, que o Estado possa desenvolver, mantendo, através da manutenção,
inclusive as estruturas do Estado. E essas três fundações fazem
transversalidade, quais sejam, ambiental, saúde, esporte e lazer. Quem não
entende isso e busca a privatização dessas fundações, com certeza...
E aí a perspectiva
concreta de quem tem um projeto. Existe um projeto, sim, só que ele estava
oculto na eleição para o Governo do Estado. Mas ele agora está escancarado,
porque em prática o desmonte do Estado, a penalização dos servidores, pelo caos
já visível do projeto oculto. Eu não comungo dessa opinião de que o Governo do
Estado não tinha projeto. É muito fácil dizer “o meu projeto, o meu partido, eu
sou o Rio Grande...” Só que, antes de tudo, o Rio Grande são os servidores, que
garantem as políticas públicas, apesar dos governos. A FEPPS é
estratégica para o nosso setor de saúde pública, para um SUS público, para um
SUS com qualidade, porque a FEPPS é um complexo que garante inclusive a relação
com um projeto nacional sob o ponto de vista de um complexo industrial e
assistencial na saúde. A Fundação Zoobotânica é essa defesa do nosso patrimônio
ambiental e cultural inclusive, e a Fundergs é esporte e lazer para a qualidade
de vida. Então eu assinei, como Líder da Bancada do PC do B, essa articulação
coletiva. As três fundações se interrelacionam sob o ponto de vista do nosso
movimento, e acho que a mobilização dos servidores da fundação se imbricou, se integrou
ontem com a mobilização maior de mais de 50 mil servidores do Estado, que
buscam, como vocês estão buscando – FEPPS, Fundergs, Fundação Zoobotânica –, a
garantia dos seus direitos constitucionais de emprego, de salário, de
conquista, e a garantia de um Estado que preserve o conhecimento desenvolvido,
a expertise como suporte para o crescimento, para a sustentabilidade e para a
qualidade de vida.
Esse apoio concreto, acho que essa moção deve ser
aprovada por unanimidade porque mostra uma decisão política da Câmara Municipal
da Capital do Rio Grande do Sul, do Poder Legislativo Municipal pela
permanência, para que o Estado garanta políticas públicas na ponta através da
expertise da ciência e da tecnologia dessas três Fundações, desenvolvimento que
toma como elemento fundante a qualidade de vida da população. Então essas
Fundações têm expressão além dos limites do Estado, numa visão republicana,
porque produzem pesquisa em articulação, ciência, tecnologia, produção de
pesquisa com União, Estados e Municípios gaúchos, vão além das fronteiras do
Estado do Rio Grande do Sul...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. JUSSARA
CONY: ...Portanto, esse
apoio da Câmara é um apoio político importante, e essa unanimidade, embora
algumas vezes ela escorregue, com alguns pronunciamentos que sempre trazem
aqui, como a questão de que os trabalhadores não trabalham. Vamos parar com
isso, os servidores públicos trabalham, e muito! O que temos que olhar, Ver.
João Bosco, V. Exa. que também foi um dos articuladores deste processo, é que
gestão nós temos, que Estado nós precisamos e como nós vamos manter a estrutura de
Estado histórica e que vem contribuindo, independente de governos, ao longo da
história, para que nós possamos ter desenvolvimento em ciência e tecnologia.
Isso é democracia, soberania nacional, é saúde, é qualidade de vida. Então,
todo o apoio da Bancada do PCdoB.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para
encaminhar o Requerimento nº 107/15.
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiro, quero dizer
que sou favorável à diminuição do tamanho da máquina pública, sou favorável.
Agora, é preciso ter um critério muito grande para eliminar órgão, vender,
fechar órgãos. É preciso ouvir as pessoas.
Eu quero pedir licença aos funcionários da Fundação
Zoobotânica que estão aqui, porque quero me deter uma pouco na Fundação de Esporte
e Lazer do Rio Grande do Sul – Fundergs. Eu já disse aqui que já foi fechada a
Secretaria de Esportes, e agora, infelizmente, sem ouvir os seguimentos, o
mesmo Governo que fechou a Secretaria de Esportes toma a decisão de fechar a
Fundação de Esporte e Lazer. Para quem não sabe, a Fundação de Esporte e Lazer
do Rio Grande do Sul era uma subsecretaria que foi criada pelo então Governador
Jair Soares, cujo primeiro Presidente foi o Dr. Hélio Dourado, ex-Presidente do
Grêmio; a Fundação de Esporte e Lazer veio substituir a subsecretaria porque a
fundação, como órgão, pode captar dinheiro fora para o esporte. Para quem não
sabe, a Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul tem apenas 30
funcionários. O Governo do Estado gasta por mês, com esses 30 funcionários, com
encargos sociais e mais o serviço de limpeza no Centro Estadual de Treinamento
Esportivo, não gasta R$ 500 mil por mês! Não gasta R$ 500 mil por mês! Mais,
como é fundação, a Lei Pelé manda todos os meses para a Fundergs R$ 600 mil,
que é o dinheiro distribuído para os clubes, de patrocínios de atletas, de
sindicatos, de associações, de eventos esportivos através de convênios. Então,
o Governo não gasta R$ 500 mil para manter essa maquinazinha e ainda recebe da
Lei Pelé R$ 600 mil; como é gravado não pode usar para pagar a máquina, mas é
para o fomento do esporte.
Esses 30 funcionários da Fundergs – e me acompanha
ali, com atenção, o Secretário de Esportes do Município, o Professor Edgar
Meurer – foram contratados através de um concurso emergencial no Governo
passado para que se fizesse, depois, o concurso definitivo. O Ministério
Público, agora, mandou demitir esses 30 funcionários que foram contratados por
concurso emergencial até o dia 24. Até o dia 24! Infelizmente, eles vão perder
o emprego! Mas é mais um argumento para não fechar a Fundergs! Porque, se o
Ministério Público manda demitir os 30 funcionários, é muito simples: se eu sou
Governador, ou se sou o Secretário da Educação Vieira da Cunha, eu preciso de
30 professores de Educação Física cedidos para manter a Fundergs e manter as
atividades no Centro Estadual de Treinamento Esportivo – CETE.
Eu sei que o CETE não vai fechar com a extinção da
Fundergs, vai continuar o CETE, mas é muito possível e quase certo que a
qualidade do serviço público e a prestação de serviço apresentado ali vão
piorar. Ali nós temos os cadeirantes que praticam esgrima, que praticam
basquete; tem o ginásio, agora, totalmente reformado, onde a Daiane se criou;
os outros ginásios esportivos; uma pista que foi reformulada no Governo passado
– e coincidentemente o Secretário de Esportes e a Presidente da Fundergs eram
do PDT, o Secretário Kalil Sehbe e a Professora Renita, Presidente da Fundergs.
Então, será que ninguém disse ao Governador que fechar a Fundergs não vai
resolver nada? É só fechar! Bom, para onde irão os R$ 600 mil da Lei Pelé que
vêm todos os meses a Fundo Perdido? Para fomentar o esporte, atletas, clubes?
Não sei. E fazer esta economia de menos de R$ 500 mil! Olha, eu não culpo o
Governador, mas quem está à volta dele e que botou na cabeça dele fechar a
Fundergs! Poderiam ter chamado o Professor Garcia, o João Bosco Vaz, o Maurício
Nunes, do PCdoB, que fez a Copa junto comigo, o Paulão do vôlei, chamar tantas
pessoas que são envolvidas na prática esportiva, para poder dar esses dados...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 107/15.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Mauro Pinheiro; Vereadoras e
Vereadores, nossos queridos companheiros combativos que nos acompanham na luta
pela defesa da Fundação Zoobotânica, em primeiro lugar, eu queria registrar a
iniciativa do Ver. Prof. Alex Fraga e sua sugestão de trazer a este Parlamento
o posicionamento político e a busca para que a Câmara se somasse a esta
mobilização contra a extinção da Fundação Zoobotânica.
Depois, sobre sugestões de vários Vereadores,
assinatura do Ver. Ferronato, do Ver. João Bosco Vaz, que pediu a inclusão da
Fundergs, sugestão da Ver.ª Mônica Leal, uma proposta construída e assinada
pelo conjunto das Lideranças, foi protocolada, e tenho certeza será aprovada,
por unanimidade, na tarde de hoje.
Isso é muito importante porque é uma soma política
no sentido de uma série de mobilizações que tem ocorrido em Porto Alegre e no
Rio Grande do Sul pela permanência da Fundação Zoobotânica, em defesa do Jardim
Botânico, em defesa do Museu Ciências Naturais, em defesa da gestão pública do
Zoológico de Sapucaia do Sul. E, ao mesmo tempo, contra essa lógica de repassar
e tentar colocar a culpa nos trabalhadores dos ajustes e ataques dos governos.
Muito por isso, eu me inscrevi para falar, porque tenho certeza que essa moção
será aprovada por unanimidade.
Mas algumas coisas foram faladas na tribuna que eu,
obviamente, tenho a obrigação de responder e fazer essa discussão política.
Primeiro, nós temos muita tranquilidade para lutar contra a privatização da
Fundação Zoobotânica, porque nós também lutamos contra as privatizações que
estão acontecendo, nesse momento, dos aeroportos, dos portos, das ferrovias,
que o Governo Federal vem promovendo em todo o Brasil. Nós temos muita
tranquilidade para falar contra as privatizações e a extinção da Fundação
Zoobotânica, com a mesma tranquilidade daqueles que combateram as privatizações
do Governo Britto e dos governos que fizeram esse acordo draconiônico, que
massacra o Rio Grande do Sul, chamado de dívida pública. Ontem, os auditores do
Tribunal de Contas, do Ceape, trouxeram um dado muito importante. E o PSOL, ao
longo desses 10 anos de história, tem denunciado sistematicamente um acordo
firmado entre o Governador Britto e o então Presidente Fernando Henrique de
juros flutuantes que, na verdade, não só começou com R$ 10 bilhões e hoje são
R$ 55 bilhões, muito embora, todo o mês, o Estado pague essa dívida milionária
com a União sem questionar; não só a dívida aumentou como nunca foi auditada.
Mais que isso: os auditores do TCE mostraram ontem que, se o acordo fosse
conforme a legislação do IPCA, que é a que vigora em relação a esses casos,
desde 2013, o Estado do Rio Grande do Sul não deveria nada ao Governo Federal.
E ainda, Ver. Prof. Alex, teria recebido, de 2013 a 2015, R$ 5,5 bilhões,
exatamente o valor que eles dizem ser o déficit do Estado do Rio Grande do Sul.
Então, chega de tentar fazer economia parcelando o salário dos trabalhadores,
extinguindo a Fundação Zoobotânica, que representa 0,045% do orçamento, que,
aliás, Ver. Idenir Cecchim, tem entre seus quadros excelentes profissionais
técnicos, especialistas, com grande expertise na área. Parar de tentar fazer
com que os trabalhadores paguem a conta dessa crise, atraso dos salários dos
policiais civis, dos brigadianos; o congelamento dos repasses aos hospitais do
Interior... A própria Prefeitura de Porto Alegre deixou de receber as verbas da
saúde que o Governo do Estado deveria pagar. Mais que isso, ontem diante de uma
mobilização histórica, porque se o Governo Sartori conseguiu uma coisa foi
unificar todo o funcionalismo contra essa agenda de ajuste, numa mobilização
com 50 mil pessoas no Largo Glênio Peres, que subiu até a Praça da Matriz, se
decretou uma greve geral de três dias. E a primeira resposta do Governo, que
deveria pedir auditoria, que deveria suspender o pagamento da dívida, que
deveria combater a sonegação e cobrar dos ricos que devem bilhões para o Estado
do Rio Grande do Sul, é dizer que vai cortar o ponto do funcionalismo. Então,
chega de tentar repassar a conta para os trabalhadores! Essa conta nós não
aceitaremos, essa conta é de responsabilidade dos governos e de um acordo
absurdo nas costas do povo gaúcho, e nós vamos defender as Fundações, a FEPS
também que é muito importante, que são tão importantes para o Estado do Rio
Grande do Sul, que contribuem tanto com o nosso povo, que não aceitará esse
massacre. Boa luta para todos nós.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra.
O SR. NEREU
D’AVILA: Sr. Presidente, como a minha Bancada já encaminhou através do Ver. João
Bosco Vaz, só queria dizer que eu não tenho nada contra absolutamente neste
momento, mas como sou presidente do PDT, em Porto Alegre, e o PDT está
envolvido, tem Secretário de Estado que faz parte do Governo, quero dizer para
que fique registrado nos Anais e para os expectadores que vou me abster na
votação apenas para seguir, por força partidária, as decisões do partido. Nada
contra os argumentos expedidos da tribuna.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o registro.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 107/15, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Presidente Mauro Pinheiro; Sras. Vereadoras e Srs Vereadores; nós
queremos aqui homenagear, na oportunidade de votarmos a nossa Moção de Apoio à
manutenção da Fundação Zoobotânica, à Fundação de Educação, Esporte e Lazer –
Fundergs, moções de apoio que têm um espírito, uma compreensão de que nós não
podemos abrir mão de que o Estado seja proponente, seja pesquisador, seja
provedor e protetor de áreas estratégicas da vida humana - porque é disso que
se trata -, e da vida do nosso planeta. Nesse ensejo de aprovar, nessa
construção de termos transformado em aprovação, eu quero homenagear a mobilização
dos funcionários no dia de ontem. Respeitar e saudar o esforço que fazem de
diálogo, mas também o esforço de luta, porque é um momento dramático para o
Estado do Rio Grande do Sul. Quarenta e três categorias reuniram-se ontem nas
suas assembleias específicas, e sei que a Fundação Zoobotânica também, junto
aos seus pares e, de uma maneira democrática, realizaram, durante a tarde, uma
assembleia que nunca aconteceu no Estado do Rio Grande do Sul, uma assembleia
reunindo todas essas categorias, uma decisão coletiva de mobilização, e deixar
claro que essa mobilização precisa ter escuta. E esta Casa, representativa do
conjunto dos partidos que hoje governam e que hoje respondem na Assembleia
Legislativa, seja na oposição, seja na independência, na autonomia, por ter o Estado do Rio Grande do Sul essa
mobilização, ela precisa ter a escuta verdadeira.
Nós entendemos que há alternativas para o Governo
financiar e manter as suas fundações, a sua ação, as suas políticas públicas
com respeito ao funcionalismo, com respeito às suas carreiras, porque há vários
projetos que atingem os trabalhadores nas suas carreiras, na sua previdência,
na Assembleia Legislativa. Hoje, pela manhã, os fazendários apresentavam essas
alternativas. Eu escutava no rádio a manifestação dos fazendários dizendo que
há que haver uma competência maior na cobrança dos impostos, relatando que dois
dias de fiscalização do IPVA resultaram em milhões para o Estado do Rio Grande
do Sul; que a lógica de premiar os devedores não funciona; que é possível, sim,
o Estado achar alternativas de financiamento, inclusive, sem aumentar impostos,
Ver.ª Séfora.
E eu creio que, se houver uma escuta e uma
construção, uma construção dialogada com os nossos técnicos, com os nossos
trabalhadores de todas as áreas...E eu tenho certeza, porque os trabalhadores
da Fundação Zoobotânica estão se dispondo a sentar e ver que gargalos que o
Governo enxerga no licenciamento, na necessidade de cooperação, na maior
articulação entre a Zoobotânica e a Fepam, seja lá o que for que o Governo
entende que precisa dialogar e avançar. O melhor caminho é tirar proveito do
que é a construção, do que é o conhecimento, a pesquisa, o acúmulo, a
experiência de quem já trabalha há anos nessas políticas.
Então, a nossa votação aqui de apoio, além de
dizer: não é por este caminho, Governador, é equivocado, é errado, retira
direitos, retira política pública. Estou falando no tempo de oposição aqui – a
Ver.ª Jussara me lembra muito bem: PCdoB, PSOL e PT. Esse caminho retira a
capacidade de inventividade, de atividade, de solução de problemas, de proteção
do meio ambiente, do ser humano, do sujeito, como várias fundações são
dedicadas a isso – esse caminho é errado. O caminho correto é chamar o
funcionalismo, priorizá-lo no orçamento público, chamá-lo para buscar recursos
de financiamento externo, de projetos, como a Zoobotânica faz tão bem.
Então, parabéns. Em homenagem a vocês que a nossa
oportunidade...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: ...vota esta Moção de Apoio e conclama o Governo do
Estado a sair de uma posição simplista, de simplesmente reduzir custos,
desrespeitando toda a história e todo o patrimônio dos gaúchos e vir para o
diálogo, o diálogo construtivo, o diálogo que encontra soluções, o diálogo que
não penalize os penalizados de sempre, que são os trabalhadores públicos e quem
recebe a política pública, que hoje está com os serviços paralisados na
educação, na saúde e na segurança. Parabéns, boa luta. Que esta Casa possa
apoiar o caminho do entendimento e de respeito ao nosso funcionalismo.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento nº 107/15. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO, com abstenção do Ver. Nereu D’Avila.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1301/13 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/13, de autoria da Verª Mônica Leal, que
altera o caput, renomeia o parágrafo
único para § 1º e inclui § 2º no art. 91-A da Lei Complementar nº 12, de 7 de
janeiro de 1975 – que institui posturas para o Município de Porto Alegre e dá
outras providências –, e alterações posteriores, definindo a sanção de
reparação de dano a que está sujeita a pessoa que pichar ou conspurcar
edificação ou monumento, públicos ou particulares. Com Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;
-
da CEFOR. Relator Ver. Guilherme Socias Villela: pela aprovação do
Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Delegado Cleiton: pela aprovação do Projeto e
das Emendas nºs 01 e 02;
-
da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto e das
Emendas nºs 01 e 02;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Prof. Alex Fraga: pela rejeição do Projeto e
das Emendas nºs 01 e 02 (empatado).
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 18-05-15;
- adiada a discussão por uma Sessão em 10-08-15;
- adiada a discussão por duas Sessões em 12-08-15.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLCL nº 009/13. (Pausa.) O Ver.
Marcelo Sgarbossa está com a palavra para discutir o PLCL nº 009/13.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Boa tarde a todos, mais uma vez. Quando abriram as inscrições para
falar sobre o projeto de autoria da Ver.ª Mônica Leal, achei que ela mesma se
inscreveria para explicar. Por que eu acho que precisa de uma explicação?
Estamos aqui falando de uma emenda que trata dessa questão da pichação,
alterando de uma forma que eu não consigo ver a diferença. Ver.ª Mônica Leal,
na lei hoje em vigor, está escrito (Lê.): “Fica
proibido pichar ou, por qualquer outro meio, conspurcar monumento ou
edificação, público ou particular. Pena: multa de 150 (cento e cinquenta) a 750
(setecentos e cinquenta) UFMs (Unidades Financeiras Municipais) e reparação do
dano”. A Ver.ª Mônica Leal pretende incluir aqui, depois de “reparação do
dano”: obrigação de reparar o dano, “que consiste em eliminar as marcas da
pichação e pintar integralmente a edificação ou o monumento”. Já está dito na
lei que o infrator precisa reparar o dano. E a Ver.ª
Mônica dá uma conceituação do que é reparar o dano: “consiste em eliminar as
marcas da pichação e pintar integralmente a edificação ou o monumento”. Sinceramente,
Ver.ª Mônica, eu queria ouvi-la, acho que virá à tribuna, mas, se está dito que
é reparar o dano... Reparar o dano de uma pichação é justamente apagar o que
pintou, é pintar de novo. Eu tinha escutado antes e agora pego o projeto e
comparo, no atual diz “reparação do dano” e aqui, simplesmente, no projeto da
Ver.ª Mônica, diz “consiste em eliminar as marcas da pichação e pintar
integralmente a edificação ou o monumento”. Vamos supor que o Ver. Bernardino
tenha pichado um monumento, como o senhor repararia o dano? Limpando o que o
senhor fez e pintando novamente. Será que precisamos aprovar uma lei que diga
isso? Eu fico em dúvida. Tenho receio de que isso seja uma onda criminalizante
que se quer reforçar. Ninguém aqui concorda em pichar um patrimônio, mas quero
lembrar a política do Município num lugar específico da Cidade, a tal da Casa
dos Conselhos, que fica na esquina da João Pessoa com a Venâncio Aires. Ali
temos uma parede na qual havia pichações. Nós tivemos, no 2º Fórum da
Bicicleta, uma artista, muralista dos Estados Unidos, que fez ali um desenho da
flor Dente de Leão e a fez espalhando bicicletinhas pela cidade, um caminho com
uma menina. Um trabalho lindíssimo! No meio dessa arte, havia pichações. Pois
bem, a Prefeitura foi lá e apagou tudo. Deixou a parede lisa novamente. Passou
uma ou duas semanas, estava tudo pichado de novo! Podia ter apagado tudo, mas,
então, entrega ao grafite, à arte de rua! A gente sabe que, em geral, as
pessoas respeitam isso.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu vou votar favoravelmente ao
projeto, mas eu quero cumprimentá-lo, por essa sua posição. Ocorre o
seguinte: esta Casa tem que legislar, nós temos que dar instrumento ao Poder
Público de executar, de penalizar quem transgride. Essas questões
administrativas devem partir do Poder Público – usar de criatividade.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Ver. Bernardino, eu queria que o Presidente depois guardasse o meu
tempo, para dizer o que vamos votar aqui. A lei diz que tem que reparar o dano
– ponto. E nós vamos votar aqui para dizer que a obrigação de reparar o dano,
que consiste em eliminar...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: ...Numa pichação, o que é reparar o dano? É
eliminar as marcas que foram feitas, eliminar a pichação. Por isso quero lhe
ouvir, Ver.ª Mônica. Estou pegando as duas leis, a em vigor, e a sua proposta.
Não muda nem o valor, continua o valor da multa, 150 a 750 UFMs; a única coisa
que faz é incluir que reparar o dano consiste em eliminar as marcas da pichação
e pintar integralmente a edificação ou o monumento. Então, não vejo sentido
nenhum em aprovarmos, com todo o respeito. Reparar os danos numa pichação já é
eliminar as marcas. Mas fica o convite para a autora explicar. Talvez eu não
tenha conseguido entender o alcance da proposta, que me parece simplesmente
repetir a mesma coisa, porque reparar o dano já é fazer o que está aqui
proposto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Mônica Leal está com a palavra para discutir o PLCL nº 009/13.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
eu fico surpresa com a fala do Ver. Marcelo Sgarbossa. Aliás, é uma tática que
ele tem, já foi usada: quando não concorda, quer fazer uma confusão no projeto
de minha autoria. E eu quero deixar muito claro aqui para os senhores e
senhoras que eu tenho por hábito me assessorar muito bem, e neste PL eu tive,
nada mais, nada menos, do que a assessoria de uma pessoa reconhecida
nacionalmente, no Brasil, e no exterior, que Alice Prati, que é autora do SOS
Monumento Causas e Soluções. Eu não acordei e resolvi fazer esse projeto, em
que pese eu quero dizer pra vocês que já fui Secretária do Estado da Cultura no
Rio Grande do Sul, e uma das coisas que mais me incomodava era andar pelas ruas
da minha Cidade e ver o patrimônio histórico- cultural destruído. Aquilo que é
para ser o cartão de visitas da Capital está sendo destruído e ninguém faz
nada. Ora, quem destrói o patrimônio cultural e histórico rouba a nossa
história, a nossa memória; não tem noção do que é cidadania. Pichadores não têm
o menor compromisso com a Cidade. Esse meu PL tem como objetivo inovar e
aprimorar a Lei Complementar nº 12/75. Aliás, Ver. Marcelo, eu gostaria que o
senhor prestasse atenção na minha fala, porque interpretação de texto é muito
importante! Mais uma vez, eu quero dizer que o meu projeto de lei tem como
objetivo inovar e aprimorar a Lei Complementar nº 12/75. Isso, porque o PL
especifica melhor a punição já tratada pela a Lei Complementar nº 12/75.
O que é um patrimônio
histórico-cultural, com valor arqueológico? Não basta que um pichador pague a
multa que, muitas vezes, é transformada em cestas básicas; ele tem de devolver
aquele monumento tal qual ele encontrou. Não é reparação de dano, não. Porque,
na maioria das vezes, esses monumentos necessitam de profissionais técnicos
habilitados para esse tipo de obra. Então, o PL tem esse objetivo. E, para
aqueles que tentam dizer que existe uma inconstitucionalidade no PL, é muito
simples: vão lá na lei complementar de 2002, que é completamente
constitucional. Porque, se fosse inconstitucional, não poderia estar, é uma coisa
até meio primária para ser explicada aqui.
Ora, senhores, independentemente da multa ao autor
do delito, sempre que a reparação do dano à pichação depender de profissional
técnico devidamente habilitado para o encargo, a execução do seu trabalho será
ressarcida diretamente pelo agente infrator. Deixem eu só dar uma explicação
aqui como quem já foi Gestora da Cultura: os senhores sabem que a multa paga,
nessa questão da pichação, vai para os cofres públicos? Ora, esse dinheiro
deixa de ir para outras áreas. É muito grave! Pichação é crime ambiental.
Então, não basta só pagar a multa. Esse infrator, esse pichador, esse
criminoso, ele tem que passar pelo constrangimento de devolver aquele
patrimônio histórico-cultural tal como encontrou. Não podemos mais permitir que
esse tipo de crime de vandalismo continue ocorrendo na cidade de Porto Alegre.
Por isso, espero que os Vereadores que, assim como eu, amam Porto Alegre, votem
pela preservação da sua história. E, por favor, Ver. Alex, leia atentamente
este projeto de lei, e o senhor vai encontrar que o objetivo dele é
simplesmente aprimorar, inovar algo que não acontece mais na cidade de Porto
Alegre, que nem tem na lei, que é a devolução do patrimônio histórico-cultural
tal qual aquele pichador o encontrou.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver.
Paulo Brum assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra
para discutir o PLCL nº 009/13.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, eu quero cumprimentar a Ver.ª Mônica Leal pelo seu projeto.
Continuo sendo Presidente da Frente Parlamentar do Turismo em Porto Alegre. As
pichações envergonham Porto Alegre. É uma vergonha! Parece – me desculpem – uma
cidade de vândalos. Isso não pode. Parece que todos são vândalos em Porto
Alegre, e isso não é verdade, mas dá uma impressão, Ver.ª Séfora, muito ruim da
nossa Cidade.
Bom, nós, Vereadores, podemos fazer uma legislação
municipal, leve, mas, Ver. Delegado Cleiton, eu gostaria, por ser crime
ambiental, que a lei criminal também fosse ampliada, Delegado, que não é nossa
competência; mas que eu gostaria, eu gostaria. Porque é crime. É crime
ambiental sujeito à prisão. Nós temos problemas sérios aqui: pichação, lixo em
qualquer lugar, lixo dentro de arroios – também são crimes ambientais –, e nós
não fazemos nada! Nada! Então, Vereadora, a senhora está fazendo o que é
possível.
Sobre a indenização, já existe uma fórmula de
tentar essa indenização. Porque existem casos de monumentos históricos. Eu
lembro aqui a Igreja Nossa Senhora da Conceição, uma das mais antigas de Porto
Alegre, que foi remodelada com incentivo de leis que protegem o patrimônio e
está lá toda pichada. Uma vergonha para a Cidade! A custo de dinheiro público.
Então, esses pichadores estão roubando do Governo, roubando – esse é o termo –
recursos públicos. Então, precisam, sim, pagar a multa e precisam indenizar o
dano. E se for menor, Ver.ª Séfora, é preciso acionar o seu responsável.
Parabéns, Ver.ª Mônica Leal, a Cidade agradece.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, V. Exa.
toca num assunto importante, e eu também quero cumprimentar a Ver.ª Mônica,
escutei o Ver. Marcelo Sgarbossa dizendo que já tem uma lei, mas a lei também
não está funcionando. O senhor disse que é uma vergonha e é a pura verdade. Não
é pichador que só faz uma tinta. Em Porto Alegre há grandes empresas de eventos
que colam cartazes onde eles bem entendem. Então, acho que tem que pegar o
telefone dessas empresas de eventos, o endereço e fazer a multa diretamente, e
depois cobra. Se eles não tirarem, faça-se a limpeza e mande-se cobrar.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: O Presidente da EPTC já me informou que ele está multando esses
colocadores de cartazes nas paradas e nas estações, e eles estão começando a
pagar as multas.
O Sr. Nereu
D’Avila: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero
cumprimentá-lo pela sua argumentação que é muito sólida e eu concordo e
gostaria de dizer também que a Ver.ª Mônica toma uma atitude que já deveria
estar em vigor há muito tempo. Eu fui Secretário de Diretos Humanos e Segurança
Urbana, eu convivi com esses marginais. Eu estou inscrito, mas quero desistir
para facilitar a votação, para que ela seja mais rápida. Mas quero dizer para a
Ver.ª Mônica que o mérito do projeto é indiscutível.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ver. Nereu D’Avila, o senhor efetivamente tem experiência nesse assunto
e é uma testemunha importante.
A Sra. Lourdes
Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Estamos em defesa
de uma cidade de melhor qualidade para as obras de arte. Nós também nos somamos
à proposta da Ver.ª Mônica, porque fizemos um trabalho intenso sobre os furtos
de obras nas praças de Porto Alegre e houve uma ação, felizmente positiva, e
hoje estão sendo reparadas. Mas temos que cuidar a pichação, realmente isso vem
em boa hora.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Obrigado. Presidente Paulo Brum, muito obrigado pela sua
condescendência. Que este projeto seja aprovado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoo a Emenda nº 03, de autoria do Ver.
Delegado Cleiton e Ver. Nereu D’Avila, ao PLCL 009/13.
Apregoo Requerimento, de autoria
do Ver. Delegado Cleiton, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 03 ao PLCL
nº 009/13 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda nº 01 ao PLCL
nº 009/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADA, com os
votos contrários dos Vereadores Airto Ferronato, Fernanda Melchionna, Marcelo
Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon.
Em votação a Emenda nº 02 ao PLCL
nº 009/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADA, com os
votos contrários dos Vereadores Prof. Alex Fraga, Fernanda Melchionna e Sofia
Cavedon.
Em votação a Emenda nº 03 ao PLCL
nº 009/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA, com os votos
contrários dos Vereadores Airto Ferronato, Fernanda Melchionna, Marcelo
Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon.
Em votação o PLCL nº 009/13.
(Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do
PLCL nº 009/13.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; nossa bancada
e a bancada de oposição, nós sabemos da gravidade da intervenção urbanística
desordenada que, muitas vezes, a pichação representa na nossa Cidade e nos
centros urbanos. Mas, por outro lado, nós também temos que fazer a leitura
dessa expressão. A nossa juventude busca espaço de expressão, de visibilidade,
de estar na cidade, de ser ouvido, e é com isso que se deve dialogar. Nós não
entendemos que a polícia seja mecanismo de educação. Assim trabalhamos na
escola: antes de punir é preciso prevenir, é preciso fomentar, é preciso
oportunizar espaços de expressão de arte pública. Eu poderia citar como exemplo
um belíssimo projeto que um ativista popular implementou, nesse final de
semana, nos muros do Presídio Central desta Cidade, que tem aquela visão triste
e dura de cor cinza, que tem, num de seus lados, a frente voltada para um
casario, uma série de casas ali. É uma empena cega, portanto um lugar nada
aprazível, nada agradável, com a manifestação através do lixo, da desordem, da
sujeira, com a população não se sentindo parte, se sentindo agredida. O
movimento comunitário organizou o trabalho de pintura daquele muro, com
manifestação de hip-hop, com dança de
rua, com atividades para as crianças, com plantio de árvores e retirada de
lixo. Se passarem pelo lado do presídio, vão ver que beleza que está aquela
parede. Para nós, é um exemplo da necessidade de o Município fazer uma
permanente mobilização da juventude, dos grupos que trabalham com a arte de
rua, com a arte do desenho na parede; propor tapumes, propor espaços.
Infelizmente, acabou de passar uma emenda dizendo
que tapume tem que ser autorizado. Se nós vamos superburocratizar e supermarginalizar
a manifestação que pode se transformar numa arte, que pode coibir a pura
pichação que agride, que suja muitas vezes, nós vamos piorar a sensação de
despertencimento, vamos aumentar a sensação de não pertencimento da nossa
juventude na Cidade, de não reconhecimento da sua identidade no patrimônio
cultural que está sendo construído e produzido. Assim vamos provocar uma
espécie de higienização via cultura e entendemos que isso marginaliza mais e
mais a nossa juventude. A nossa juventude precisa de espaços de expressão, de
vazão, ela é a principal vítima da normalização, da invisibilidade das suas
angústias, angústias extremamente sérias, que são angústias que têm a ver com a
falta de alternativas, é verdade, mas tem a ver com uma sociedade ainda muito
cerceadora, uma sociedade muito moralizadora, marginalizadora da roupa
alternativa, da expressão alternativa, da arte alternativa, das expressões
sexuais diferenciadas da normal. Isso tudo gera uma reação de chamar atenção,
de agredir, de negar os símbolos que não os representa. Então, nós entendemos
que é óbvio que nós precisamos ter medidas de contenção. Mas, antes delas, nós
precisamos ter medidas de educação, de fomento da cultura, de descentralização
da cultura, de diálogo, de protagonismo da nossa juventude. Por isso a nossa
votação contrária a essas emendas ao projeto de lei.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo
Sgarbossa, o PLCL nº 009/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 23 votos SIM, 04 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O SR. IDENIR
CECCHIM (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a retirada do PLL nº
021/13 da priorização de votação da Ordem do Dia de hoje.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Idenir Cecchim. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo Requerimento – Processo nº 1808/15 – de autoria do Ver. Engº Comassetto, que solicita autorização para representar esta Casa na Marcha dos Vereadores, na cidade de Brasília, no período de 18 a 19 de agosto de 2015, com custeio de viagem.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0580/15 – PROJETO DE LEI DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/15, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que
inclui art. 151-A na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, determinando
que o Executivo Municipal preste contas à Câmara Municipal acerca das ações e
dos programas desenvolvidos no exercício anterior relacionados à proteção de
mulheres e de crianças vítimas de violência, à prevenção e ao combate à
violência contra a mulher e à promoção dos direitos da mulher e dá outras
providências.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Parecer
Conjunto:
- da CEFOR, CUTHAB, CECE, CEDECONDH e
COSMAM. Relator-Geral Verª Séfora Gomes Mota: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
discussão geral nos termos do art. 129 do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 22-06-15.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão, em 2ª Sessão, o
PELO nº 004/15. O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
discutir, em 2ª Sessão, o PELO nº 004/15.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Começo saudando a iniciativa da Ver.ª Sofia Cavedon, que apresenta um
projeto que requer duas sessões de discussão, pois se trata de um projeto de
emenda à Lei Orgânica, a lei mais importante do nosso Município. Como se já não
bastasse a iniciativa da nossa Casa e ter uma Procuradoria da Mulher, a
Assembleia Legislativa, com a Deputada Stela Farias, também nessa mesma
direção, e, na esfera federal, também temos a Procuradoria, nós temos aqui um
projeto que faz aquilo que muitos dos Vereadores e muitas das Vereadoras presentes
seguidamente reclamam, ou reivindicam, que é a legitimação da atividade
política parlamentar. O projeto de lei faz com que o Executivo, anualmente, na
segunda quinzena do mês de março, preste contas, aqui na Câmara, na
representação da Cidade, limite da nossa democracia representativa, acerca das ações e dos programas desenvolvidos no exercício
anterior relacionados à proteção de mulheres e de crianças vítimas de
violência, à prevenção e ao combate à violência contra a mulher e à promoção
dos direitos da mulher.
Trago
aqui a lembrança que, no final de semana que passou, tivemos a Conferência
Municipal dos Direitos da Mulher, justamente nesta Casa, na Câmara Municipal de
Porto Alegre, uma conferência com muita efervescência, muito debate, e aprovações
de moções.
Faço um
convite – poderemos conversar numa Reunião de Mesa e Lideranças –para que
concentremos os inúmeros projetos que estão tramitando, que já estão aptos para
votar, seja através de um pedido de urgência, numa semana, que poderá ser na
próxima ou mais adiante, enfim, que consigamos ter um debate mais
universalizado da questão dos direitos da mulher. O Ver. Cássio, por exemplo,
lembro que tem um projeto aqui, nós tínhamos apresentado também, e o Ver.
Cassio apresentou, com dois dias de antecedência, Vereador, o projeto que
estabelece multa aos estabelecimentos que proíbem o aleitamento materno. Nós
temos aqui uma indicação para o Executivo, que deve ser votada ainda hoje, da
ampliação do período de licença maternidade de 120 para 180 dias. Então, nós
temos vários projetos. Temos o fundo municipal dos direitos da mulher, projeto
da Ver.ª Séfora, Ver.ª Sofia e Ver. Janta. Então, não vamos votar hoje o
projeto da Ver.ª Sofia, porque precisa passar pela 2ª Sessão de Pauta, mas é um
pedido, que os Vereadores e Vereadoras que tenham projetos ligados ao direito
da mulher concentrem, em algum momento das próximas semanas, um período para
votarmos esses projetos. Acho que isso fará bem, convidaremos pessoas para
virem aqui acompanhar essa votação. Quero saudar aqui o projeto da Ver.ª Sofia,
que, como disse, legitima o Parlamento naquela que é a sua função, da
fiscalização e elaboração de leis.
Nada mais justo que o Executivo vir a esta Casa.
Vejam não requer nenhum trabalho adicional, é impossível que o Executivo já não
tenha esses dados prontos para, uma vez por ano, vir a esta Casa e
apresentá-los em temas tão importantes e fundamentais como a questão das
mulheres e das crianças, seja das políticas públicas, seja os casos de proteção
e os casos de violência contra as mulheres e crianças. Então é esse o convite.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Mauro Pinheiro reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
discutir, em 2ª Sessão, o PELO nº 004/15.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Presidente Mauro Pinheiro, Vereadoras, Vereadores,
eu quero cumprimentar a Ver.ª Sofia Cavedon pela iniciativa. Acho que é um
projeto importante, inclui na Lei Orgânica a ideia de que os governos prestem
conta das iniciativas destinadas a atender e a promover o combate à violência
contra as mulheres, medidas de proteção às mulheres.
Aproveito este momento de discussão porque nós, nas
últimas semanas, vimos, no mínimo, dois casos que chocaram a todas nós: um caso
triplo de feminicídio no bairro Restinga – quádruplo, porque uma criança foi
assassinada também; e um caso na cidade de São Leopoldo, de uma jovem chamada
Gisele, que ainda está internada, que teve as mãos amputadas e ficou com lesões
permanentes nos pés.
Quando a gente vê mais uma de nós ser violentamente
agredida como parte de uma lógica patriarcal, machista e violenta, arraigada
historicamente e produzida ao longo dos anos nas sociedades, nós pensamos nas
grandes responsabilidades do ponto de vista da efetivação das leis que protegem
as mulheres. A Lei Maria da Penha é uma conquista enorme para o movimento de
mulheres, e ela, no que tipifica as violências, está muito correta, não precisa
de alteração; ela precisa de investimento massivo em recursos públicos para
garantir a sua implementação. Mas aí nós temos, no ano de 2014, uma redução de
50% das verbas destinadas à proteção das mulheres: mais da metade das verbas
foi cortada no Estado do Rio Grande do Sul e no Município de Porto Alegre.
Foram executados R$ 400 mil no ano de 2014, que é nada, representa 0,009% do
Orçamento do Município, e mesmo assim mais da metade dos recursos foi cortado.
Do ponto de vista estadual, da mesma maneira, e do ponto de vista federal
também. E, ao mesmo tempo em que vemos o aumento da violência contra as
mulheres, o aumento dos casos de estupro, o aumento da não efetividade das
medidas protetivas, muito embora tenhamos avanços importantes como a patrulha
Maria da Penha, que precisa ser ampliada, a rede de Delegacia das Mulheres, que
precisa ser ampliada para o Interior e descentralizadas do Município de Porto
Alegre, os abrigos para as mulheres vítimas de violência ampliados, é uma
contradição enorme dos governos. E a gente tem uma obrigação de que o Governo
venha à Câmara, que divulgue, que preste contas acerca das ações e dos
programas desenvolvidos no exercício anterior relacionadas à proteção das
mulheres, o que ajuda muito na transparência, ajuda muito na cobrança, ajuda
muito na efetivação de políticas públicas que de fato que possam garantir o
direito humano, que talvez seja o mais fundamental, que é o direito à vida de
cada uma de nós. Então, venho à tribuna cumprimentar a Verª Sofia pelo projeto,
mas não posso deixar de ficar triste com os casos que vemos em Porto Alegre.
Acho que silenciar diante de uma
agressão, de um triplo feminicídio, assassinato de uma criança e, ao mesmo
tempo, não ter uma resposta efetiva dos Governos na implementação de novas
ações e mais recursos para as políticas para as mulheres é um absurdo. Portanto
que a gente conquiste na Lei Orgânica do Município a obrigação de que haja o
discurso.
(Não revisado pela
oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir, em 2ª Sessão, o PELO nº 004/15.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Vereador-Presidente, eu vim falar novamente e chamar atenção
dos nobres Pares, das Vereadoras e dos Vereadores, que essa é a segunda
discussão e, depois, nós iremos direto para a votação. Então, quando entrar
novamente este projeto em Pauta, não haverá oportunidade de debate. E eu já
conversei com o Líder do Governo, já solicitei a ele que me desse uma opinião
do Governo, que nós sabemos que é importante esse diálogo; não obtive do Ver.
Kevin Krieger nenhum retorno. A Ver. ª Mônica, que é a nossa representante
mulher na Bancada do PP, eu espero que possa dar uma atenção a este projeto, já
lhe parabenizando por aprovar o seu, porque ele é um projeto que vai empoderar
o trabalho dos Vereadores e das Vereadoras no sentido de poder fazer uma
análise do que está faltando, do que aconteceu, do que foi possível fazer a
partir da organização de uma prestação de contas anual do Governo, das suas
políticas, das políticas que desenvolveu, tanto para proteger as mulheres,
quanto para fomentar políticas públicas que garantam os seus direitos –
mulheres e meninas. E fazê-la no mês de março.
Nós temos uma cultura
importante na área da saúde, sendo que o Governo tem obrigação de prestar
contas a este Parlamento. E nós queremos que na área da proteção à mulher, do
fomento às políticas de gênero, também ocorra da mesma maneira. Por quê? Porque
este Parlamento tem a responsabilidade, sim, primeira, de legislar, de
fiscalizar a aplicação de leis. É nossa responsabilidade! Nós somos uma
representação plural da sociedade, de todos os partidos, oposição e situação, e todos
somos responsáveis para que o que está previsto de direito, o que está previsto
de medidas protetivas, sejam cumpridas, sejam realizados, e sem políticas
públicas específicas para área não é possível que isso aconteça. Nós temos já a
Secretaria que não é Secretaria uma Coordenadoria que é a Secretária adjunta
nos Direitos Humanos, visitei o Centro Márcia Calixto, quero dizer para os
senhores e senhoras que é um trabalho muito bonito, muito organizado, ali, de
atendimento as mulheres que chegam com denúncia de violência, há um esforço, é
uma apropriação da subsecretária Valesca, mas é óbvio, que ela sozinha, como
porta de recepção, não vai resolver a vida das mulheres. Ontem, pela manhã nós
visitamos o Pop Centro. Centro de Atendimento à População Rua, Ver.ª Fernanda,
e nós testemunhamos a afirmação das educadoras, aqui na Conferência da Mulher
que, de manhã cedo, foi levada para o Centro de Atendimento à População Rua,
uma mãe com quatro crianças. Essa mãe tinha dormido num abrigo noturno e como
não tem ainda o equipamento para abrigá-la, imediatamente, ela foi para o
Atendimento à Situação Rua. Uma mãezinha, miudinha, com uma criança de colo,
mais três encarreiradinhos, ali, não é o lugar adequado, ali a Situação Rua tem
“n”, situações, maioria homens e isto acontece seguidamente. Óbvio que, ali, a
assistente social já estava procurando atendimento, rede, como é que ia
atender, mas as crianças estavam, ali, jogando pingue-pongue com adultos em
Situação de Rua, esperando aquele parco lanche, então nós temos muito que
evoluir na proteção das nossas mulheres, que saiu de casa, que foi despejada,
que é arrimo de família, é uma situação testemunhada por nós. Claro que nós ficamos
com uma alguma tranquilidade porque a técnica que atende a Situação Rua, já
estava acionando a rede, passando para a Secretária, mas vejam como, se foi
parar no Abrigo para a rua, no atendimento rua dia, é porque nós ainda não
temos a rede pronta, azeitada para atender as mulheres em situações tão
dramática, ainda mais acompanhada de crianças. Então, para o nosso trabalho ter
efetividade, Ver.ª Mônica, nós precisamos dominar os dados, conhecer o que
funciona, o que ainda falta. Então eu quero
chamar a atenção porque esta é a última discussão antes da votação. Gostaria
que o Ver. Kevin, o Ver. Pujol, os Líderes aqui pudessem nos dar retorno para
termos segurança para dialogar, para vermos se precisamos mediar o texto para
aprovarmos e fazermos mais um instrumento importante para esta Casa ajudar na
proteção e na emancipação das mulheres de Porto Alegre. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra para discutir, em 2ª Sessão, o PELO nº 004/15.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, quero me dirigir de uma forma especial a
Ver.ª Sofia Cavedon, no sentido de cumprimentá-la por esse Projeto de Emenda à
Lei Orgânica do nosso Município, que vai nos potencializar algumas ações
estratégicas no sentido de garantia de políticas públicas para as mulheres. A
garantia dessas políticas significa, antes de tudo, um processo decisivo para a
emancipação das mulheres sob todos os aspectos, sob o ponto de vista político,
econômico, social e cultural. Essa Emenda à Lei Orgânica determina que o
Executivo Municipal preste contas a esta Câmara Municipal acerca das ações e
dos programas desenvolvidos no exercício anterior, relacionados à proteção das
mulheres e das crianças vítimas de violência, à prevenção do combate à
violência contra a mulher e à promoção dos direitos da mulher e dá outras
providências.
Eu quero fazer a
ligação da importância dessa emenda da Ver.ª Sofia com as várias políticas que
já existem no Município e tantas outras que esta Câmara Municipal, através não
só dos mandatos de mulheres, mas também de homens desta Câmara, têm aprovado,
sendo estratégico que nós tenhamos a sua implementação pelo Município. Eu vou
citar uma, de nossa autoria, que é a inclusão nos currículos escolares da Lei
Maria da Penha, no sentido de que nós possamos formar novas consciências, novos
homens, novas mulheres, através do processo educacional, para um enfrentamento
dessa violência cotidiana. Estamos vivendo, Ver. Prof. Alex, um momento muito
difícil da sociedade brasileira, com o fomento ao ódio, o fomento à violência,
e isso prolifera ainda mais a violência contra as mulheres e contra as
crianças.
Eu gostaria de dizer
que, através dessa modificação da Lei Orgânica, a Câmara Municipal vai nos
oportunizar, também, Ver.ª Sofia, nós termos esta Casa cheia
de movimentos e organizações de mulheres da cidade de Porto Alegre, que, no fim
de semana passada, nos deram um exemplo do que significa a organização das
mulheres através dos seus partidos políticos, das suas entidades, dos
movimentos sociais, sindical, de juventude, negro, o processo criativo das
mulheres na nossa Conferência Municipal das Mulheres, rumo à Conferência
Estadual e à Conferência Nacional. Então, vai ser um momento importante não só
de prestação de contas aos Vereadores, mas também aos movimentos organizados de
mulheres, porque nós aqui, Ver.ª Lourdes, refletimos também esse movimento
organizado através dos projetos que fazemos e que tem apoio do movimento de
mulheres.
Nessa Conferência de
Porto Alegre, eu fui relatora da primeira temática, o “Sistema Político com a
Participação das Mulheres, Mais Democracia e Poder Político para as Mulheres”,
nós tivemos a presença da Sofia, da Séfora, da Fernanda, tivemos a presença de
dois homens, o Delegado Cleiton e do Alberto Kopittke. Nessa Conferência,
evoluímos muito na questão das políticas públicas. Primeiro, com o “Sistema
Político com a Participação das Mulheres, Mais Democracia e Poder Político para
as Mulheres”, a estruturação institucional para as políticas públicas, e aqui
entra a importância do projeto que vamos votar, o Sistema Nacional e a
Contribuição de Conselhos. O Sistema Nacional, Ver.ª Sofia e Ver.ª Fernanda, é
de extrema importância, porque vai nos permitir gravar no Plano Plurianual e
desmembrar nos Estados e Municípios com repasse fundo a fundo, como o Sistema
Nacional de Saúde, o Sistema Nacional de Juventude, o Sistema Nacional de
Negros, vai nos permitir gravar o repasse de recursos para essas políticas
públicas para as mulheres.
Então, estamos no
momento de uma votação importantíssima, inclusive respaldada pela Conferência
Municipal...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não havendo
mais quem queira discutir, está encerrada a 2ª Sessão de discussão do PELO nº
004/15.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
1922/15 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 006/15, de autoria da
Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza o Vice-Prefeito
Municipal de Porto Alegre, Sr. Sebastião Melo, a ausentar-se do Município ou do
País do dia 22 ao dia 27 de agosto de 2015, para viajar à cidade do Panamá e à
cidade do México.
Parecer:
-
da CCJ.
Relator Ver. Elizandro Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PDL n°
006/15, de autoria da Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza o
Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre, Sr. Sebastião Melo, a ausentar-se do
Município ou do País do dia 22 ao dia 27 de agosto de 2015, para viajar à
cidade do Panamá e à cidade do México, para participar do Seminário
Internacional sobre pobreza urbana, painel “Estratégia da Cidade para o
Desenvolvimento Econômico e Geração de Empregos”. (Pausa.) Não há quem queira
discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
1937/15 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 007/15, de autoria da
Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza o Prefeito Municipal
de Porto Alegre, Sr. José Fortunati, a ausentar-se do Município ou do País do
dia 24 ao 25 de agosto de 2015, para viajar a Buenos Aires, Argentina.
Parecer:
-
da CCJ.
Relator Ver. Elizandro Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PDL n° 007/15, de
autoria da Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza o Prefeito
Municipal de Porto Alegre, Sr. José Fortunati, a ausentar-se do Município ou do
País do dia 24 ao 25 de agosto de 2015, para viajar a Buenos Aires, Argentina,
para participar como conferencista internacional, com o título “El Presupuesto
Participativo y las Asociaciones Público Privadas en Porto Alegre y Buenos
Aires”. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. João Bosco Vaz. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Não
há quórum.
Está encerrada a Ordem do Dia e os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 16h42min.)
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